O Movimento
Ao longo dos anos, devido a grandes avanços científicos e tecnológicos, houve dentro da sociedade uma mudança de hábitos em todos as esferas que envolvem a vida. O gesto de alimentar-se, por exemplo, não está mais restrito à simples necessidade básica de sobrevivência, mas sim relacionado a busca por experiências sensoriais, culturas, estilos de vida e ideologias. É em um cenário como esse que ideologias como o vegetarianismo e o veganismo ganham cada vez mais força e adeptos, encorajando grandes indústrias alimentícias a desenvolverem novos produtos para amparar novas demandas. No Brasil, mesmo com uma cultura muito forte da agropecuária e do consumo da carne, o aumento desse mercado é de 40% ao ano. Dados impressionantes revelados pelo Ibope mostram que, em 2018, o número de brasileiros vegetarianos chega a 29 milhões e 55% dos entrevistados consumiria mais produtos veganos se fossem melhor indicados e mais acessíveis economicamente.
Novas Oportunidades
Nos mercados, já é possível encontrar diversos tipos de “carnes alternativas" formadas por diferentes ingredientes. Muitas delas, porém, possuem textura, aparência, mastigabilidade, dentre outras características organolépticas, que pouco se assemelham à tradicional. Isso se torna uma desvantagem para aqueles que estão no período de transição de hábitos carnívoros para vegetarianos/veganos e sentem falta da existência de carnes em suas dietas. Em alguns lanches, como cachorros quentes e hambúrgueres, ela desempenha um papel importante. A atual opção vegetariana/vegana, com baixo grau de dureza e pouco suculenta, não consegue substituir a original. Logo, algo que não se assemelha a isso pode prejudicar a identidade do prato como um todo. Isso faz com que surja uma série de oportunidades para o desenvolvimento de hambúrgueres e salsichas veganas com características mais próximas dos originais.
Opções Existentes
Atualmente, as “carnes” de origem vegetal mais comuns de serem encontradas são feitas de grãos, como o grão de bico e a soja, ou de legumes, como a beterraba e a batata doce. Mesmo com um nível razoável de aceitação no mercado, produtos como esses ainda sofrem um certo preconceito por não serem considerados bons substitutos para a carne animal. Uma tendência capaz de solucionar esse entrave está prevista para chegar nas prateleiras nos próximos três anos. Mark Post, na universidade de Maastrich, Holanda, produziu a primeira carne artificial, feita em laboratório. Abordada com profundidade em posts anteriores, ela é obtida a partir de células-tronco de músculos de bovinos e consegue ser uma cópia quase idêntica a real, com a vantagem de não causar a morte de nenhum animal e ter bem menos consequências para o meio ambiente.
Queijos e iogurtes produzidos a partir de oleaginosas ou frutas também são cada vez mais procurados e usados como substitutos para laticínios, sendo os mais comuns feitos a partir de leites de amêndoas, castanhas, coco e soja. Além desses, outros industrializados vêm conquistando até aqueles que não seguem essa dieta, como barrinhas proteicas e granolas. Cada vez mais, produtos destinados a essa parte da população ganham espaço nas prateleiras.
Um Olhar para o Futuro
Uma possível nova linha de produtos nessa área, com grande potencial de mercado é uma com um viés mais acessível economicamente. Grande parte das marcas enxergam todas as demandas alternativas como uma só. O resultado disso é o surgimento de um produto vegano, sem glúten e, ainda, com benefícios nutricionais, como por exemplo, um alto teor de fibras ou proteínas. Isso faz com que seu processo se torne mais complexo, seu preço final dispare, e o cliente, que é apenas vegano ou vegetariano, se vê obrigado a consumir algo que também é zero glúten, por exemplo. Focar em apenas um objetivo, procurar novos ingredientes ou novas formas de preparo deixariam o produto mais barato e possivelmente mais atraente para o consumidor.
Com o avanço da tecnologia e o aumento da diversidade de produtos nesse segmento, a tendência é o preço desse tipo de mercadoria baixar paulatinamente. Graças a preocupação cada vez maior com questões ambientais, o crescimento contínuo e exponencial de consumidores e simpatizantes que excluíram a carne animal do seu dia a dia, a demanda de alimentos que supre essas necessidades cresce na mesma proporção. Sendo assim, o mercado vegano e vegetariano se mostra um setor promissor para investimentos, com um público crescente e muitas possibilidades para inovação.
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