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Alimentos Transgênicos

Atualizado: 12 de nov. de 2020

Organismo Geneticamente Modificado (OGM) é um ser vivo que sofreu alguma mudança artificial em seu material genético original por meio de técnicas de engenharia genética com o objetivo de atribuir-lhe nova característica ou alterar alguma já existente. Transgênico, por sua vez, trata-se de um OGM que recebeu uma parte do material genético de outra espécie. Assim, transgênico é um tipo de OGM, mas nem todo OGM é um transgênico.



Quais as vantagens da transgenia?


Dentre as principais características almejadas, encontram-se:

  • O aumento do rendimento, devido a maior produtividade, resistência a pragas, a doenças e a condições ambientais adversas;

  • A evolução das características agronômicas, permitindo uma melhor adaptação às exigências de mecanização;

  • O aperfeiçoamento da qualidade;

  • A maior adaptabilidade a condições climáticas desfavoráveis;

  • A domesticação de novas espécies, conferindo-lhes utilidade e rentabilidade ao homem.

Aplicando isso a situações reais, cada vez mais alimentos com os genes modificados chegam à mesa dos consumidores, como por exemplo, a cenoura mais doce e contendo doses extras de beta-caroteno, o arroz com mais proteínas, a batata com retardo de escurecimento, o melão com maior resistência a doenças, o milho resistente a pragas, a soja com genes de castanha-do-pará que aumenta seu valor nutritivo, o tomate longa vida e a ervilha com genes que permitem sua conservação por mais tempo.


O Brasil é uma nação com uma enorme riqueza genética, também conhecida como biodiversidade, a matéria-prima da biotecnologia. Na década de 90, a adoção da biotecnologia fez com que o Brasil se tornasse uma das principais potências agrícolas do mundo, ela tornou-se a principal ferramenta adotada no campo. Houve redução na aplicação de produtos defensivos por hectare e diminuição das perdas por conta do ataque de pragas. A transgenia também pode desenvolver vacinas, medicamentos e microrganismos, que por sua vez, geram produtos de limpeza, biocombustíveis, cosméticos, etc.


Qual a garantia de segurança dos OMG?


A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é uma instância integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia que tem por finalidade prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao Governo Federal quanto aos OGMs. Além disso, existe a Lei de Biossegurança nº 11.105/05 que trata-se de uma regulamentação rigorosa alinhada às discussões e protocolos internacionais, que garante a segurança dos transgênicos no Brasil. Assim sendo, antes de um OGM ser liberado para comercialização, a CTNBio faz a análise técnica de sua biossegurança sob os aspectos vegetal, ambiental e de saúde humana e animal. Um dos requisitos para a aprovação de um alimento geneticamente modificado é a comparação de todos os componentes com uma versão não modificada da cultura. Só podem ser comercializados produtos que apresentem como diferença única e exclusiva a característica inserida.

Entretanto, no caso de alimentos transgênicos, o debate público é marcado por controvérsias no que se refere aos riscos destes.

A liberação dos transgênicos no Brasil, em 1998, particularmente com relação aqueles com finalidade comercial, há muito tempo vem provocando incisivos debates e controvérsias entre a comunidade científica, empresas, órgãos do governo e produtores quanto a possíveis riscos à saúde e ao meio ambiente. Tal polêmica refere-se ao nível de incerteza atribuído a esses alimentos diante da chamada “segurança alimentar”.


São citados os possíveis desencadeamentos de novos tipos de alergias, devido as diferentes proteínas criadas a partir da manipulação genética; podem criar efeitos inesperados e imprevisíveis no produto; caso ocorra perda no controle da manipulação dos transgênicos, podem ser produzidas substâncias tóxicas; a inserção de genes de resistência a agrotóxicos em certos produtos transgênicos faz com que as pragas e as ervas-daninhas desenvolvam a mesma resistência, tornando-se “super pragas” e “super ervas”; sugere-se que as alterações genéticas podem provocar desequilíbrios ecológicos, afetando a cadeia alimentar de determinado ecossistema, causando uma diminuição da biodiversidade.

No caso do agricultor, ele terá de pagar royalties para a empresa detentora da tecnologia, já que as espécies transgênicas são protegidas por patentes. Consequentemente, haverá o aumento da dependência do agricultor em relação às empresas do setor.





E agora? Será que consumo alimentos transgênicos?


O Brasil é o segundo país com maior área cultivada com transgênicos no mundo. Em 2018, conforme dados do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), foram 51,3 milhões de hectares que cultivam principalmente soja, milho e algodão. O Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos, com 75 milhões de hectares. Entretanto, independentemente de questões ideológicas, sabe-se que é preciso grandes investimentos e tecnologia para que a produção de transgênicos seja feita com segurança.


Ademais, é fato que a biotecnologia está presente na mesa dos consumidores há muito tempo. O pão, o queijo, o iogurte, a cerveja e o vinho, por exemplo, alimentos que fazem parte da dieta de famílias de todas as classes sociais, possuem enzimas produzidas por microrganismos geneticamente modificados ou bactérias e leveduras transgênicas que atuam diretamente nos processos de fermentação, formação de sabor e aromas e preservação dos alimentos. Os transgênicos são no Brasil e no mundo afora, uma realidade muitas vezes oculta que passa despercebida por muitos consumidores no cotidiano.



Como consumidor, de que maneira posso diferenciar esses alimentos?

A aparência dos alimentos transgênicos disponíveis no mercado não difere da dos convencionais. Entretanto, é possível identificar transgênicos por meio da rotulagem, que além de fornecer segurança ao consumidor pelas informações que contêm, possibilita também um melhor entendimento e escolha dos alimentos de maneira mais consciente através dos rótulos.

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