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  • Foto do escritorManoela Benetti

Agricultura orgânica: benefícios e desafios

Atualizado: 12 de nov. de 2020


O que são produtos orgânicos?

A tendência de produtos orgânicos veio com o aumento da preocupação da população com a origem e qualidade dos alimentos. Orgânicos são aqueles em que o sistema de produção não utiliza fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, reguladores de crescimento ou aditivos sintéticos, normalmente utilizados no cultivo convencional para controle de pragas e aumento da produtividade.


Você sabia que esses alimentos orgânicos estão se tornando cada vez mais requisitados na nossa sociedade? Essa crescente popularização se deve à conscientização das inúmeras vantagens que eles trazem: são benéficos à saúde do consumidor, são mais nutritivos que os convencionais e ainda, não prejudicam o meio ambiente, já que a sua produção não envolve nenhum elemento químico que possa causar danos ao solo, ao ar ou à água. Entretanto, infelizmente ainda existem diversos desafios encontrados no consumo e na comercialização destes produtos.


Desafios para a produção de orgânicos

Uma dificuldade para o pequeno produtor são os procedimentos de certificação de produtos orgânicos. Devido a isso, o governo brasileiro autorizou, além dos selos padronizados nacionalmente, um mecanismo de controle a partir de um grupo ou organização de agricultores familiares organizados e cadastrados junto ao MAPA, vinculados a uma Organização de Controle Social (OCS), permitindo a comercialização direta do produtor para o consumidor final.


Outro problema enfrentado também é a dificuldade em encontrar fornecedores de alimentos orgânicos no mercado, principalmente na sua forma processada, que atendam à crescente demanda. Existe um desequilíbrio entre o aumento da procura pelos consumidores e a capacidade de produção. Em contrapartida, com o crescente número de feiras que comercializam estes alimentos, com o aumento da divulgação dos locais de venda, e maior investimento e engajamento do agronegócio e da indústria, o setor está sendo consolidado. O que antes era só produtos in natura, agora está abrindo espaço também para os processados, embora ainda em pouca variedade.

No Brasil, conforme o Ministério da Agricultura, entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015 o número de agricultores orgânicos passou de 6.719 para 10.194 produtores, representando um crescimento de 51,7%. As regiões mais produtivas foram o Nordeste, com 40% dos produtores, o Sul com 28%, e o Sudeste, com aproximadamente 23% do total de agricultores orgânicos.

Com a produção em menor escala, os sistemas de produção industrial deficientes, utilização de métodos alternativos de cultivo e com a falta de investimento em tecnologias que não prejudiquem a organicidade do alimento, o produto orgânico continua sendo menos acessível que o convencional.

Conforme pesquisa realizada em 2017 pelo Organis (Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e sustentável), 84% do público entrevistado gostaria de consumir mais produtos orgânicos do que consomem, 62% afirmou que a falta de preços acessíveis é o que lhe impede de consumir mais produtos orgânicos e 32% justificou a falta de lugares próximos para a compra. Todavia, durante os próximos anos, com o surgimento de novas tecnologias e de planejamentos para a produção em grande escala, o custo dos produtos orgânicos deve reduzir gradativamente. Isso vai torná-los ainda mais populares, beneficiando o próprio consumidor, com uma alimentação mais saudável e nutritiva, além de promover a sustentabilidade.


Outro desafio apontado é a falta de informação, tanto dos benefícios que a ausência de agrotóxicos proporciona, como a demanda por mão de obra diária para a produção desses alimentos. A sociedade urbana se distancia cada vez mais do que acontece no campo, apesar da tendência à consumir mais produtos naturais, as pessoas não estão conscientes dos processos necessários até aqueles alimentos chegarem à mesa. Mas isso também está sendo combatido pelo aumento da divulgação sobre o assunto, maior conscientização da população sobre os danos causados por agrotóxicos e, consequentemente, maior procura e valorização desse nicho de mercado.

Mas por que aderir aos alimentos orgânicos?


Um dos principais benefícios dos orgânicos é o impacto na natureza. Como o cultivo das plantações é baseado em adubação verde, compostagem, rotação de culturas e controle natural de pragas, a produção é menos agressiva, evitando a contaminação da água e solo, e assim ajudando a preservar o meio ambiente. Além disso, a forma de cultivo proporciona maior concentração de nutrientes e compostos de cor e sabor, resultando em produtos mais saborosos e nutritivos que os convencionais.


Outra vantagem desses alimentos é que a maioria das pessoas podem cultivá-los em seu próprio quintal, visto que não demanda nenhuma técnica ou investimento específico, o que acaba tornando o seu cultivo acessível independentemente da condição social de quem cultiva. Além disso, com a atual dificuldade em encontrar solos férteis para plantação, inclusive de alimentos convencionais, a valorização da agricultura orgânica, do cultivo caseiro e das demais formas de agriculturas limpas têm sido fundamental.

Mais um benefício é que ao adquirir esses produtos é criada uma maior proximidade com o agricultor, observando os cuidados tomados com os produtos, conhecendo a procedência e rastreabilidade. Ainda contribui para movimentar a economia local, visto que grande parte da produção de orgânicos é feita por pequenos agricultores.

Todo processo passa por uma rígida fiscalização para que ao final seja certificado pelos órgãos competentes. O governo brasileiro possui diversas ações de apoio à produção de orgânicos, incluindo ações de incentivo à transição de lavouras tradicionais para orgânicas, e linhas de financiamento especiais.



Tem interesse em investir nesse nicho de mercado e expandir a variedades de produtos orgânicos disponíveis? Contate a Eali!

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