O aumento das alergias alimentares nas últimas décadas é visível, principalmente no Ocidente. No Reino Unido, houve um crescimento de cinco vezes nas alergias a amendoim entre 1995 e 2016. Já a Austrália possui a maior taxa de alergia alimentar confirmada: um levantamento descobriu que 9% das crianças australianas de um ano tinham alergia a ovo, enquanto 3% eram alérgicas a amendoim. Embora ainda não existam estudos que comprovem o motivo deste crescimento, alternativas vêm sendo implementadas de forma a diminuir o impacto daqueles que sofrem de alguma destas restrições alimentares.
Sabe-se que a única maneira de prevenir uma reação alérgica é não consumir o alimento que a ocasiona. Desta maneira, com o crescimento do número de diagnósticos, a procura por produtos sem alergênicos vem ganhando espaço no mercado. Nesse sentido, a indústria de alimentos está cada vez mais adaptada aos produtos Free From: produtos livres de algum tipo de substância específica.
Quais são os principais nichos?
Os alimentos que mais causam alergias são: ovos, leite, amendoim, frutas secas, soja, peixe, mariscos e glúten. Desse modo, é natural que o mercado de alimentos cresça juntamente com a maior procura de produtos sem esses alimentos. Ainda que se consuma em grande proporção as dietas sem ovos ou sem amendoim, o glúten e a lactose são os dois nutrientes mais cortados na alimentação atualmente, sendo o nicho de produtos sem glúten o maior e mais bem sucedido da dieta Free From até então. Hoje, o mercado dos produtos sem glúten se assemelha ao mercado de produtos orgânicos no mundo.
Por que esse mercado está em ascensão?
Por mais que o número de pessoas com restrições alimentares esteja aumentando nas últimas décadas, a maioria dos consumidores de produtos sem glúten não possuem a doença celíaca (condição autoimune causada pela intolerância ao glúten) ou a intolerância ao glúten, mas devido às estratégias de marketing utilizadas para a divulgação desses produtos, veem nesses alimentos um apelo saudável e natural.
Presente em cereais, como trigo, centeio e cevada, o glúten tem sido excluído da dieta de quem deseja emagrecer, com a promessa de que, além de perder peso, ajuda a prevenir problemas intestinais e outras doenças, como diabetes. Desse modo, o consumidor é impulsionado pelos conceitos difusos vindos das redes que relacionam o Free From como um estilo alimentar e não como uma dieta restritiva àqueles que possuem alergias ou intolerâncias a determinados alimentos.
Mas, afinal, o glúten realmente faz mal à saúde?
O glúten não faz mal à saúde. Não há qualquer pesquisa, estudo ou mesmo testes científicos conclusivos que indiquem que o glúten prejudique o desenvolvimento ou funcionamento do organismo de indivíduos normais e saudáveis. Quando consumido de maneira correta e equilibrada, o glúten, ao chegar ao intestino delgado, ajuda na proliferação e renovação das bactérias que auxiliam na digestão alimentar. Ainda, não há dados que comprovem que uma pessoa que deixe de ingerir alimentos com glúten tenha perda de peso considerável, incluindo os pacientes celíacos. Desse modo, a dieta restritiva, ou seja, que elimina totalmente o glúten da alimentação, só é necessária para quem apresenta algum tipo de reação ao seu consumo. Recomenda-se sempre o acompanhamento de um nutricionista para esses casos.
Quais os principais desafios desse mercado atualmente?
Como principais estratégias a serem adotadas para se destacar nesse mercado em expansão, recomenda-se:
Melhorar o sabor, a textura e a crocância de forma a igualar esses produtos aos regulares (com glúten) presentes no mercado;
Torná-los alimentos para consumo diário, como cereais matinais e snacks;
Investir na distribuição em grandes redes de supermercados, passando a sair de prateleiras especiais para ficarem lado a lado com produtos regulares;
Desenvolver pratos prontos e sopas isentas de glúten;
Expandir com outras categorias Free From, como por exemplo, os produtos sem lactose.
Vale a pena investir nesse ramo?
De acordo com as pesquisas da Associação de Celíacos do Brasil (ACELBRA), os produtos sem glúten e sem lactose estão conquistando cada vez mais o paladar dos brasileiros. Segundo um estudo do setor, divulgado na Bio Brazil Fair, os itens desta categoria devem crescer muito nos próximos anos. Os dados apontam que até 2022 as vendas de alimentos sem glúten e sem lactose devem aumentar entre 35 e 40% por ano. Assim, o estilo de alimentação Free From apresenta-se como uma grande tendência!
E você, tem vontade de investir nesse setor? Entre em contato com a gente! A Eali possui experiência no desenvolvimento de produtos restritivos.
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