Intolerância à lactose é uma condição médica, na qual como explicaremos mais adiante, seu portador não consegue digerir corretamente a lactose, causando sintomas como dor e distensão abdominal, cólicas, flatulência, diarreia, náuseas e vômitos, cerca de 30 a 120 minutos após a ingestão do alimento.
A lactose é um tipo de açúcar dissacarídeo que no organismo, tem a função de regular o intestino e aumentar sua resistência, facilitar a absorção de nutrientes como o cálcio, magnésio, zinco e manganês. Encontrada no leite e seus derivados, ao ingerirmos um alimento lácteo, este passa pelo sistema digestivo, onde uma enzima chamada lactase, é responsável pela quebra da molécula de lactose em galactose e glicose, de forma a ser absorvida pelo intestino delgado e posteriormente, realizar as funções fisiológicas no organismo.
Em pessoas com intolerância à lactose, por outro lado, esse processo não ocorre de forma adequada, já que o organismo não produz a enzima lactase, ou a produz em quantidades insuficientes, impedindo a absorção da lactose o que acarreta nos sintomas citados anteriormente.
A intolerância à lactose pode ser proveniente de: uma pré-disposição genética na qual ocorre uma diminuição natural na produção da lactase com o passar da idade do indivíduo; pode ser secundaria sendo provocada por alguma doença ou condição que afeta o intestino ou pode ser adquirida no caso do individuo tenha ficado muito tempo sem consumir leite ou derivados, de modo que o organismo entende que não é preciso produzir a enzima lactase.
A causa mais comum desta condição, é a própria genética. Ao nascer, todos os mamíferos ingerem leite materno por determinado período, no caso humano, pouco menos de 2 anos. No entanto, após esse período, perdemos progressivamente a capacidade de produzir a enzima lactase. Dessa forma, ao contrário do que o senso comum acredita, é esperado que os adultos sejam intolerantes à lactose.
Ainda assim, segundo estudos científicos, de 60 a 75% da população mundial tem intolerância à lactose. Na Ásia e na África, esses números passam de 80%, na Europa, apenas 15%, e no Brasil, 40% da população. Por outro lado, apenas 2% dos afetados, apresentam os sintomas mais graves, necessitando de dietas mais restritivas que excluem completamente o leite e seus derivados do cardápio.
Devemos observar que existe uma diferença entre a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite, sendo esta última, uma reação do sistema imunológico contra substâncias presentes no leite de vaca, que as identificam como uma ameaça, causando diarreia, gases, cólicas, distensão abdominal, lesões na pele, dificuldade de respirar, pequeno sangramento intestinal. Tais sintomas surgem nos primeiros meses de vida e podem se desenvolver até os 3 anos de idade, diminuindo ou não com o passar dos anos.
Segundo a RDC 136/2017, quando o produto contiver mais do que 100 miligramas/100 gramas ou mililitros do alimento de lactose, deve-se declarar a advertência "CONTÉM LACTOSE", seguindo normas de legibilidade imediatamente após a lista de ingredientes de modo a esclarecer e alertar os consumidores sobre a presença da lactose.
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