O desperdício mundial de alimentos é um grande problema. Dados da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) apontam que, por ano, cerca de 30% da produção mundial de alimentos é desperdiçada. Esse problema representa perdas globais de quase 1 trilhão de dólares a cada ano, incluindo os recursos usados no cultivo, processamento, embalagem, transporte e comercialização desses alimentos. Além dos prejuízos econômicos, são gerados 70 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa por esse desperdício. Assim, tornou-se urgente a aplicação de medidas de reaproveitamento de alimentos, e diversas empresas têm trabalhado para inovar nesse setor.
O reaproveitamento de alimentos, além de contribuir para o meio ambiente, também é uma grande oportunidade para as empresas fomentarem a sustentabilidade e oferecerem inovação aos consumidores. Existe um dado interessante de uma pesquisa realizada pela Mintel que mostrou que 76% dos consumidores entrevistados disseram estar dispostos ou absolutamente dispostos a experimentar alimentos feitos com ingredientes reciclados caso tais produtos tenham um menor impacto ambiental. Assim, por conta da preocupação com as questões ambientais e o engajamento crescente por parte do consumidor, essa tendência vem se consolidando.
Nesse contexto, a inovação, envolvendo diferentes tecnologias, apresenta soluções para evitar a perda e o desperdício de alimentos. Alguns exemplos são:
Startup escandinava de alimentos veganos Mycorena, que produz micro-proteína, em que seu principal ingrediente, o Promyc, é desenvolvido pela reciclagem de resíduos de alimentos no processamento industrial. Ele já está sendo testado como ingrediente de proteína em vários produtos veganos vendidos na Escandinávia.
A Foodtech Feitosa, que produz produtos com frutas que seriam descartadas pelos produtores por não estarem de acordo com os padrões normalmente exigidos pelos mercados e pelos próprios consumidores. Ela se destaca por oferecer produtos à base de banana, sendo seu carro-chefe um ketchup que tem a fruta como ingrediente principal.
Aplicativo, lançado pela Foodtech SuperOpa, que conecta distribuidoras diretamente ao cliente final, para que possam vender - por preços mais baixos -alimentos próximos do vencimento, inadequados para as gôndolas dos supermercados.
A Pulp Pantry, empresa californiana, que produz chips à base de vegetais, usando as sobras de polpa dos vegetais de sucos.
Tow Good Iogurtes, linha Iogurte grego da Danone, que é feita com frutas que seriam descartadas.
A marca Takay Foods, do Equador, que utiliza frutos que foram rejeitados pelos compradores por razões estéticas para criar as suas misturas de smoothies e sorvetes saudáveis.
A Connecting Food (startup de impacto social), que propôs uma gestão inteligente de doação de alimentos excedentes para reduzir o desperdício, viabilizando a conexão entre estabelecimentos e Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Todo o processo é monitorado por meio da tecnologia e inteligência de dados, e os indicadores são gerados para uma melhor gestão dos estoques e dos impactos sociais, econômicos e ambientais. Todo esse processo já facilitou o acesso de mais de 990 toneladas de alimentos a cerca de 200 OSCs, complementando mais de 1 milhão de refeições.
Aplicativo “Último Pedido”, o qual foi elaborado para solucionar o problema da falta de destino dada ao excesso de comida produzida nos negócios ligados à gastronomia. O objetivo é viabilizar a venda do que sobrou nas lojas e restaurantes com 50% de desconto e, assim, proporcionar o máximo aproveitamento dos insumos e combater o desperdício.
Esses são alguns exemplos, de tantos existentes no mercado, de inovações envolvendo o reaproveitamento de alimentos. Nesse sentido, é possível perceber um grande potencial de crescimento desse setor nos próximos anos, devido ao fato de a população estar cada vez mais conectada às pessoas e ao cuidado com o planeta.
A sua empresa já tem alguma iniciativa focada nesse setor? Conte para gente, entre em contato com a Eali!
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